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ESPAÇO DO CLIENTE – Inaugurando o espaço do cliente, a Diretora do Departamento Jurídico corporativo do Grupo Itapemirim, Kátia Bicudo fala dos desafios do departamento jurídico contemporâneo.

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ESPAÇO DO CLIENTE – Inaugurando o espaço do cliente, a Diretora do Departamento Jurídico corporativo do Grupo Itapemirim, Kátia Bicudo fala dos desafios do departamento jurídico contemporâneo.

Durante muito tempo o Departamento Jurídico das empresas foi encarado como um mal necessário ao mundo corporativo. Era visto como um setor burocrático, conservador e reativo, normalmente alheio às questões que envolviam o negócio do seu cliente e o respectivo mercado.
Submersos em seus livros e pareceres, os advogados foram, sem se aperceberem, tornando-se obsoletos dentro de suas empresas.
Como conseqüência, deixaram de ser envolvidos nas decisões importantes e muitos passaram a ser meros administradores de passivos.
Com a globalização da economia, trazendo a expansão do mercado e praticamente o desaparecimento das fronteiras nacionais, os profissionais do direito que atuavam em grandes corporações viram-se diante da emergencial necessidade de se reinventar.
Neste novo cenário, as empresas passam a esperar de seus departamentos jurídicos uma atuação pró-ativa e inovadora. Eles deixam de ser mais um centro de custo na companhia para se transformar em uma unidade estratégica de negócio.
E no que implica essa transformação?
Quais são os desafios do Novo Departamento Jurídico?
Eles podem variar de acordo com as peculiaridades da organização, seu segmento de mercado ou mesmo sofrerem influência da sua cultura organizacional. Todavia, nesta oportunidade, permito-me abordar três dos principais desafios.
O primeiro passa por entender o papel do departamento jurídico nas corporações. Com uma atuação estratégica, focada nos objetivos do negócio, a área jurídica deve ser viabilizadora dos interesses de sua empresa. É um papel menos consultivo e mais participativo, onde são compartilhadas as informações, as metas, os riscos e também os resultados.
O segundo desafio situa-se na gestão dos escritórios externos. Como manter seus parceiros alinhados aos objetivos da companhia, com domínio do negócio e motivados a buscar resultados cada vez mais eficientes?
Somente a proximidade entre o departamento jurídico da empresa e seus escritórios externos, aliada a uma postura profissional orientada por metas e objetivos e a uma visão de ganhos e vantagens recíprocas, poderão promover a sinergia capaz de proporcionar a segurança empresarial da companhia em todas as suas vertentes.
E o terceiro e último desafio relaciona-se à gestão de pessoas. É preciso investir na atração e retenção de talentos, no seu contínuo desenvolvimento e na definição de ações concretas e transparentes que visem a valorização, a integração e a motivação da equipe jurídica na companhia.
Concluo, reforçando que a consolidação de uma estrutura eficiente no Departamento Jurídico, com a reavaliação de seu modelo de gestão e a materialização da relação de parceria com outras áreas da empresa e seus escritórios externos, proporcionam um importante diferencial competitivo, elevando a área jurídica a um patamar de credibilidade e segurança, tornando, cada vez mais, a atuação do advogado imprescindível para a organização.

Kátia Bicudo
Diretora do Departamento Jurídico corporativo do Grupo Itapemirim

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